As maravilhas do Ruanda, o surpreendente destino africano que poucos conhecem

As maravilhas do Ruanda, o surpreendente destino africano que poucos conhecem

As maravilhas do Ruanda, o surpreendente destino africano que poucos conhecem

Artigo de Redação 15-11-2023

15-11-2023


Entre abril e julho de 1994, o mundo assistiu horrorizado a um dos maiores genocídios da história, perpetrado por extremistas hutus contra tutsis e hutus moderados. Este massacre ocorrido no Ruanda matou cerca de 800 mil pessoas e foi a trágica consequência da Guerra Civil entre 1990 e 1993. Obviamente que este genocídio teve um impacto super negativo no turismo do Ruanda. 25 anos depois, ninguém no país esqueceu este terrível passado recente, mas foi impressionante a forma como este país da África Central/Oriental se levantou.

O turismo está cada vez mais próspero e desde o início do século XXI, verificou-se um grande desenvolvimento, com a esperança média de vida a subir dos 47 para 60 anos. Saiba quais as principais atrações e locais a visitar no país, o melhor da gastronomia local e conselhos de saúde e segurança que deve ter em conta.

Kigali, a capital organizada e desenvolvida

A capital e maior cidade do Ruanda é Kigali, com uma população de cerca de 1,1 milhões de pessoas. Fica localizada no centro do país e conheceu um assombroso desenvolvimento nas últimas décadas. Existem muitos restaurantes, cafés e prédios e respira-se um ambiente moderno e cosmopolita.

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Em Kigali fica o Centro Memorial do Genocídio, em memória das vítimas do massacre. Foi inaugurado em 2004, por ocasião no décimo aniversário da tragédia. Situa-se no subúrbio de Gisozi, no local onde perto de 250 mil pessoas foram enterradas numa sepultura coletiva. Há três exposições permanentes que explicam como o avolumar da tensão entre os grupos étnicos do Ruanda acabou por assumir contornos explosivos.

Boas propostas culturais

Rodeado por colinas, Kigali é uma cidade que prima por uma organização pouco habitual em África. E por interessantes propostas culturais, nomeadamente museus. Um dos que merece uma visita é o Inema Art Center, das maiores galerias de arte em África, especializada em Artes Africanas Contemporâneas, Artesanato, Música e Dança.

O investimento feito na enorme Biblioteca Pública de Kigali, acessível à população, demonstra a preocupação das autoridades com o desenvolvimento cultural da população. O mais interessante lugar para visitar na capital e ter contacto com a população é o Mercado Kimironko, no bairro com o mesmo nome. É possível comprar frutas, vegetais, roupa e produtos típicos do Ruanda, Uganda, Quénia e República Democrática do Congo.

O Parque Nacional dos Vulcões

O Parque Nacional dos Vulcões, ou PNV, como é conhecido pelos habitantes locais, é a mais famosa atração turística no Ruanda. Situa-se nas montanhas Virunga, lugar com incrível beleza natural e com oito vulcões inativos. Nesta zona é possível realizar safaris e caminhadas, bem como observar gorilas da montanha. As visitas só podem ser feitas com guias, com grupos, no máximo, de oito pessoas.

Parque Nacional de Akagera

Outro local fantástico é o Parque Nacional de Akagera, o melhor destino no país para realizar um safari. É possível observar búfalos, leopardos, veados, zebras e elefantes, entre outros animais selvagens. E existem mais de 500 espécies de aves. Em 1986, o parque recebeu seis girafas Massai do Quénia, para ver como é que a espécie se adaptava ao local. Tudo correu bem e hoje em dia há mais de 70 girafas a viver em Akagera. A boa notícia é que muito raramente está cheio de turistas, com os visitantes a poderem observar com tranquilidade e sem pressas as espécies no seu habitat natural.

A gastronomia local

A maioria dos restaurantes no Ruanda misturam alimentos tradicionais na região com métodos de preparação modernos. Não deixe de provar o Sambaza, peixe que vive nas águas doces locais. E também o Bobotie, prato de carne de porco ou de carneiro, acompanhado por arroz com açafrão. Experimente ainda a Urwagawa, uma cerveja de banana fermentada. Por outro lado, o Ruanda é um paraíso para quem aprecia comida orgânica. As frutas e os vegetais do país não são transformados e tudo é cultivado localmente.

Um clima ameno

Muito possivelmente associa África a muito calor, mas no Ruanda a temperatura não é muito alta. O clima ameno permite o cultivo de muitas verduras e frutas e proporciona o desenvolvimento de muitas espécies de animais nos parques nacionais. É verdade que o país não tem mar, mas possui inúmeros rios e lagos. Não é aconselhável viajar na época das chuvas, entre março a maio e setembro a dezembro. Os melhores meses são de junho a setembro, a época da seca.

Conselhos práticos

Os idiomas falados no Ruanda são o inyarwanda, o inglês e o francês. A moeda local é o Franco ruandês. Os viajantes devem ser portadores de passaportes com a validade mínima de seis meses, à data da entrada no Ruanda. É necessário visto de entrada, que pode ser obtido junto de uma representação diplomática do Ruanda. Desde 1 de janeiro de 2018, pode ser obtido um visto por 30 dias à entrada no Ruanda, com um custo de 30 dólares (cerca de 23,50 euros). É possível comprar voos de ida e volta desde o aeroporto de Lisboa para Kigali em redor dos 800 euros. A viagem dura cerca de 14 horas, com uma escala, ou entre 16 a 24 horas, com duas escalas.

Regras de segurança

O Ruanda é um país seguro, com baixa incidência de criminalidade. Ainda assim os viajantes devem permanecer alerta, sobretudo para pequenos furtos. Não são aconselhadas deslocações às zonas na fronteira com a Republica Democrática do Congo, devido ao risco de ataques indiscriminados de rebeldes que operam fora do território do Ruanda.

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Devido à existência de um surto de Ébola na República Democrática do Congo, desde agosto de 2018, foram instituídos procedimentos de despistagem em todos os postos fronteiriços, incluindo no aeroporto. Os viajantes devem evitar a ingestão de saladas e água não fervida ou não engarrafada. Deve também evitar tomar banho em rios ou lagos, devido à existência de parasitas ou outros animais.

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