Atenas: História em estado puro

Atenas: História em estado puro

Atenas: História em estado puro

Artigo de Redação 24-07-2018

24-07-2018


A capital da Grécia sempre foi conhecida por ser o berço da civilização. É o local onde nasceu a democracia e também a maior parte dos sábios da Antiguidade. As mais importantes civilizações do Mundo Antigo floresceram em Atenas e perpetuam-se através de alguns dos mais emblemáticos edifícios do mundo. Quem nunca ouviu falar da Acrópole de Atenas? As imagens e a história do mais famoso monumento arqueológico da Europa têm suscitado a admiração de milhões de pessoas.

Qualquer visita a Atenas não tem de demorar muito – cinco a sete dias chegam para ver o essencial que a cidade tem para mostrar aos turistas.

Comece pela Acrópole e a Ágora. A Acrópole (Cidade Alta) é habitada desde o Neolítico e foi utilizada como fortaleza e local de culto, podendo ter existido no seu cume, segundo os arqueólogos, um palácio micénico. Posteriormente, terão ali sido construídos diversos templos de homenagem a Atenas, a deusa da Guerra. Os edifícios terão sido destruídos em 480 a. C. pelos Persas, após o que Péricles terá posto em marcha um plano de reconstrução que transformou o local numa magnífica
cidade de templos.

Foi ainda utilizada como fortaleza militar e os seus edifícios alternaram no uso, como igrejas, mesquitas, etc. Em 1687, os Venezianos atacaram os Turcos e bombardearam a Acrópole, tendo causado uma grande explosão, pois o Parténon era utilizado como paiol. Em consequência, muitos dos edifícios ficaram com graves danos estruturais.

À chegada à Acrópole, é recebido pelo monumento de Beulé, datado do século III a. C., e pelos Propileus, a antiga entrada monumental, construída entre 437 e 432 a. C. Era composto por um vestíbulo central e duas alas, com cinco portas que davam acesso à cidade superior. O templo de Atena Nike, situado a sudoeste, sofreu várias reconstruções, sendo que a mais recente tem já mais de uma década e constituiu na sua completa reconstituição. Infelizmente, apenas resistem fragmentos do friso que rodeava o templo e que representava cenas vitoriosas de batalhas. Alguns fragmentos desta obra encontram-se no Museu da Acrópole e no Museu Britânico.

O Erectéion ergue-se no local da colina onde foi travada a batalha entre Atenas e Posídon pelo controlo da cidade.

Diz a lenda que Posídon golpeou o solo com o seu tridente, fazendo brotar uma nascente de água, ao que a deusa terá respondido criando uma oliveira. O templo foi construído em 420 a. C. e possui no seu lado direito seis esculturas famosas, as chamadas Cariátides, embora as que hoje estão ali colocadas sejam réplicas de gesso; cinco das originais estão no Museu da Acrópole, enquanto uma sexta terá sido levada para Inglaterra por lorde Elgin.

O único edifício moderno da colina é o Museu da Acrópole, onde está em exposição uma imensidão de esculturas e relevos da jazida arqueológica.

As mais importantes civilizações do Mundo Antigo floresceram em Atenas e perpetuam-se através de alguns dos mais emblemáticos edifícios do mundo

O Pártenon (Sala das Virgens) ocupa o ponto mais elevado da Acrópole e é visto como um dos maiores monumentos culturais da História da Humanidade. O seu nome deriva da monumental estátua de Atena Partenos, abrigada no salão leste da construção. Foi esculpida em marfim e ouro por Fídias e o seu epíteto ‘parthenos’ (‘virgem’, em grego) refere-se ao estado virginal e solteiro da deusa. O Pártenon foi construído para substituir um antigo templo destruído por uma invasão dos Persas em 480 a. C.

À semelhança de muitos templos gregos, servia como tesouraria, onde se guardavam as reservas de moeda e metais preciosos da cidade e também da Liga de Delos, que se tornaria, mais tarde, o império ateniense. No século VI foi convertido numa igreja cristã dedicada à Virgem Maria e, depois da conquista turca, transformada numa mesquita.

Passando para a Ágora, o centro da vida social e do Governo, a praça principal na constituição da pólis, a Cidade-estado na Grécia da Antiguidade clássica. Era um espaço livre, com edificações onde os cidadãos costumavam ir, configurada pela presença de mercados e feiras livres nos seus limites, assim como por edifícios de caráter público. Enquanto elemento de constituição do espaço urbano, a Ágora manifesta-se como a expressão máxima da esfera pública na urbanística grega, sendo o espaço público, por excelência, da cultura, política e vida social dos gregos. Estava, normalmente, rodeada pelos edifícios privados e públicos mais importantes, como as ‘stoas’ (pórticos colunados), as pritanías (gabinetes administrativos), o Bouletérion (edifício para as reuniões da boulé) e a balaneia (banhos).

É nela que o cidadão grego convive, para comprar coisas nas feiras, onde ocorrem as discussões políticas e os tribunais populares. É, portanto, o espaço da cidadania. Por este motivo, a Ágora (assim como a Pnyx, o espaço de realização das eclésias) era considerada um símbolo da democracia direta e, em especial, da democracia ateniense, na qual todos os cidadãos tinham igual voz e direito a voto. A de Atenas, por este motivo, também é a mais conhecida de todas as ágoras nas pólis da Antiguidade. Nas ágoras estavam presentes em maioria os aqueus, que se destacavam pela habilidade comercial e de mercado.

Neste espaço, pode visitar o Museu da Ágora, situado no restaurado pórtico de Atalo, o templo de Hefesto, Teseion, na extremidade ocidental do espaço, a estátua do Odeón de Agripa, os pórticos de Zeus Eleftherios, Zeus Basileios e Poikile, o Metroon (arquivo da cidade), a prisão e o Tholos, onde se realizam os jantares oficiais.

A seguir, dirija-se a Plaka e Anafiotika, passando pela Torre dos Ventos e pelo mercado de rua de Monastiraki. Plaka é um bairro histórico junto à Acrópole, muito atrativo, tanto para turistas como para os próprios gregos.

É uma animada e colorida mistura da Atenas antiga com concorridos restaurantes, cafetarias, lojas de recordações e galerias.

O bairro de Anafiotika é um labirinto de ruelas tranquilas e serpenteantes, com casas adornadas com buganvílias e canteiros coloridos, construídos pelos pedreiros da ilha de Anafi que emigraram para Atenas com o objetivo de construir o palácio do rei durante a reconstrução da cidade, após a independência. Duas igrejas são de visita obrigatória: a de Agios Georgios (século XVII), que assinala a entrada da Anafiotika, e a de Agios Simeon (1847), situada a norte.

Tire uma tarde para visitar o Museu Arqueológico Nacional e, em seguida, ver o render da guarda na Praça Syntagma. O espólio do museu remonta ao Neolítico (cerca de 6800 a. C.) e contém antiguidades da Idade do Bronze e dos períodos cicládico, minoico, micénico e clássico.

Originalmente, o museu destinava-se a abrigar os achados nas escavações empreendidas no século XIX na própria cidade de Atenas e arredores, mas, gradualmente, passou a ser enriquecido com peças provenientes de outros locais.

Em 1890, Ioannis Dimitriou doou parte do que hoje constitui a coleção egípcia e em 1893 o acervo da Sociedade Arqueológica também passou para o museu. Do século XX em diante, uma multiplicidade de peças que vêm sendo trazidas à luz por novas escavações têm sido adicionadas ao acervo, que, atualmente, conta com mais de 20 mil itens que oferecem um abrangente panorama da civilização grega desde os seus primórdios na Pré-história até o fim da Idade Antiga.

Mais sítios para visitar

Não pode deixar de visitar igualmente o Museu de Arte Cicládica e Arte Grega Antiga, assim como o Museu Benaki, em cuja esplanada pode tomar uma refeição tradicional acompanhada da vista fabulosa dos Jardins Nacionais e do Museu Bizantino e Cristão. Não deixe, também, de assistir a um espetáculo no teatro de Herodes Ático ou de subir no funicular à
colina de Licabeto, de onde pode contemplar uma soberba vista panorâmica de Atenas.

A merecer também uma visita demorada está a Pinacoteca Nacional, em Vasileos Konstantinou, o museu artístico mais importante da Grécia, com uma coleção permanente de arte moderna ímpar, de onde se destacam as obras «O Êxodo de Messolonghi», de Vrysaki, ou «O Delos Surrealista», de Engonopoulos.

Atenas é uma cidade de múltiplos aspetos. Basta um passeio pelo triângulo histórico (Plaka, Thission, Psyri) e pelos bairros antigos, para assistir à coexistência de eras diversas. Mansões antigas, algumas bem preservadas, outras a acusar o desgaste do tempo, convivem com centros comerciais e pequenas lojas de bairro, restaurantes de luxo e tabernas tradicionais. Todos têm o seu lugar na cidade, mas o coração de Atenas bate na Praça Syntagma, onde ficam situados o Parlamento e a maioria dos ministérios.

A poucos quilómetros do centro histórico, em Faliro, Glyfada, Voula ou Vouliagmeni, pode sentir a brisa retemperadora do mar Mediterrâneo. Ou pode dirigir-se para norte e apreciar o ar fresco nos bairros mais elegantes de Marousi, Melissia, Vrilissia ou Kifisia.Na capital grega, pode admirar muitos edifícios neoclássicos, verdadeiros marcos da cidade, como o Parlamento, a academia, a universidade, etc. Não esqueça a visita aos diversos museus que guardam tesouros únicos da nossa herança cultural (o já mencionado Museu Arqueológico, Museu Militar, Museu Bizantino, etc.).

Vida noturna e compras

A capital grega é famosa também, mais do que qualquer capital europeia, pela sua extraordinária vida noturna. À noite, Atenas muda completamente e as opções de divertimento satisfazem todos os gostos. Os populares ‘bouzoukia’, os clubes noturnos da capital grega, são os líderes do entretenimento ateniense, com uma oferta diversificada e esmagadora.

A tentação é enorme para os viciados em compras na capital grega. Aqui, pode encontrar desde o maravilhoso artesanato até requintados sapatos e joias. A zona com maior concentração de lojas fica em Ermou, desde a Praça Syntagma até Monastiraki, enquanto a maioria das lojas de luxo se encontra dispersa por Kolonaki. É comummente aceite o regatear do preço nas pequenas lojas, em que é atendido pelo proprietário, especialmente nas de lembranças e joalharias, mas não vale a pena tentar o mesmo nos centros comerciais.

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Onde ir

Onde comer

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Onde ficar

AVA Hotel Athens
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Clima

Documentos

Documentos: Os cidadãos da União Europeia não precisam de visto para permanências inferiores a 90 dias.

Outras Informações

Moeda: Euro Idioma: Grego. Facilmente encontra quem fale inglês, pelo que não é difícil encetar conversação. Fuso horário: UTC/GMT: + 2 horas (Horário de verão: UTC/GMT + 3 horas).

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