Paraty, o destino brasileiro ao sabor das marés

Paraty, o destino brasileiro ao sabor das marés

Paraty, o destino brasileiro ao sabor das marés

Artigo de Redação 18-08-2023

18-08-2023


Paraty é a primeira região no Brasil classificada simultaneamente como Património Cultural e Natural da UNESCO. Este município do estado do Rio de Janeiro fica no litoral sul do estado, a cerca de 250 quilómetros da capital estadual, a cidade do Rio de Janeiro.

Junto ao oceano, entre dois rios, Paraty está a uma altitude média de apenas cinco metros. Por estar localizada quase ao nível do mar, a cidade foi projetada levando em conta o fluxo das marés. Como resultado, muitas de suas ruas são frequentemente inundadas pela maré. Saiba o que de melhor tem para oferecer esta região que já foi capital do Brasil na década de 30 do século XX.

As igrejas do centro histórico

O centro de Paraty tem ruas estreitas de pedra, cercadas por casas senhoriais coloniais bem conservadas. Enquanto vamos caminhando, passamos por majestosas igrejas. A igreja de Santa Rita, que já funcionou como igreja matriz, é uma das imagens de marca de Paraty. Foi construída por escravos libertados e finalizada em 1722. Tem elementos da arquitetura jesuíta e barroca e aqui funciona o Museu de Arte Sacra, com um acervo repleto de obras de Portugal e do Vale do Paraíba.

Leia ainda: Estes são 7 dos melhores destinos do mundo para mergulhar

Outra das igrejas emblemáticas é a de Nossa Senhora das Dores, do século XIX e construida por iniciativa de senhoras da aristocracia da cidade. Com a decadência da cidade, a igreja ficou abandonada até 1901, quando a Irmandade de Nossa Senhora das Dores, composta exclusivamente por mulheres, a reformou. Atualmente é conhecida como Capela das Dores e destaca-se pela sua torre, que abriga no topo um galo marcador da direção dos ventos.

A igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios tem uma história curiosa de “ressurreição”. Isto porque foi demolida em 1668, mas reconstruída em 1712, em tamanho ampliado, com duas capelas internas e sete altares. Esses elementos mantiveram-se até aos dias de hoje.

Cultura e literatura

Ainda pelo centro, não deixe de visitar a Casa da Cultura de Paraty. O “casarão”, como era conhecida antigamente, transformou-se num edifício que divulga a vida cultural e a história de Paraty. Em exposição estão objetos que remetem para as festas locais e aqui funciona a Pinacoteca da cidade, que expõe obras de artistas plásticos que viveram ou passaram temporadas em Paraty.

E se gostar de literatura, julho é o melhor mês para visitar Paraty, pois é a altura em que se realiza a Festa Literária Internacional. Foi criada em 2003 pela inglesa Liz Calder, editora que lançou a saga Harry Potter. Desde então realiza-se todos os anos, reunindo escritores, cineastas e historiadores de todo o mundo, em sessões de literatura que decorrem no centro Histórico. Há ainda exibição de filmes e leituras de peças teatrais.

Praias paradisíacas

Paraty também é conhecido pelas praias muito bonitas. Na Praia do Sono, para além da água morna e da areia branca e fina, vai encontrar amendoeiras que proporcionam muita sombra e bares que servem petiscos e bebidas.

A Ilha do Pelado, a 30 quilómetros do centro de Paraty, tem um azul muito forte e as águas costumam ser muito calmas e transparentes. É uma praia pouco frequentada e por vezes praticamente deserta. Já no Saco do Mamanguá existe o único fiorde brasileiro, tendo 9 quilómetros de extensão. É um paraíso muito pouco explorado e só muito recentemente é que lá chegou a energia elétrica.

A rica gastronomia

Paraty é também reconhecida pela sua gastronomia. Um dos restaurantes mais categorizados é o Fogo à mesa, onde a maioria dos pratos leva cachaças artesanais. O nome deve-se ao facto das iguarias serem preparadas em frente das mesas dos clientes. Com muito fogo, enquanto as luzes se apagam. Destacam-se os filetes de peixe com banana, os legumes flambados com arroz com palmito e a lula flambada com papaia e hortelã.

Veja também: As 10 praias mais bonitas do Algarve

Outro dos melhores restaurantes é o Banana da Terra, cujos chefs têm grande preocupação em criar uma culinária saudável e sustentável. Foi também este restaurante o responsável pelo novo menu das escolas da região, que passou a conter receitas tradicionais da cidade.

Alguns dos pratos tradicionais são caldo de camarão, pastéis de palmito, peixe à quilombola (com camarão, manteiga e banana), sopa de abóbora com camarão sete barbas e galinha com banana verde frita. Alguns dos pratos locais também incorporam elementos com influência africana. Nomeadamente o cuscuz de farinha de milho, o gengibre, o coco e o amendoim.

O café coado no cano de calda

O café mais famoso da cidade chama-se Pingado, essencialmente pelo café coado no caldo de cana. O café com cana é preparado na mesa, em frente dos clientes, com um coador especial. Enquanto bebe o café, delicie-se com doces feitos de marzipã, iguaria trazida pelos portugueses nos tempos coloniais. Entretanto, o tradicional café pingado ganhou uma nova versão, com o leite a ser substituído pela cachaça local. E ainda leva chantilly e geleia caseira de gengibre por cima.

  • Paraty, o destino brasileiro que é um poço de cultura e famoso pela gastronomia
< >

Partilhar Artigo