Istambul renova-se e está uma cidade cada vez mais bonita

Istambul renova-se e está uma cidade cada vez mais bonita

Istambul renova-se e está uma cidade cada vez mais bonita

Artigo de Luís Correia 27-07-2023

27-07-2023


O passado inunda cada canto de Istambul, mas isso não significa que a cidade se tenha fechado à modernidade. Ao longo de três dias, neste regresso da A Próxima Viagem àquela cidade turca, foi possível constatar que há novos pontos de interesse, que vão muito para lá do Grande Bazar ou da Península Histórica.

Cada uma das atrações centenárias e milenares continua a merecer uma visita, só que Istambul tem hoje uma oferta infinita de novas possibilidades, com grandes eventos a acontecer, o último deles o 51º Festival de Música de Instambul. E este deu-nos logo a conhecer o magnífico Atatürk Cultural Center, renascido das cinzas, fruto de um grande incêndio em 1970. A cidade ficou órfã de um centro cultural, mas reergueu-se de forma majestosa.

Foi desta forma que o nosso reencontro com Istambul foi assinalado e é desta forma que abrimos o nosso roteiro por este cidade que une a Ásia à Europa, ou vice-versa, sempre banhada pelo Bósforo. As escolhas recaíram entre os locais emblemáticos, mas sobretudo os que hoje fazem a sua história a passos largos.

Dia 1 – Passeio pelo bairro de Galata

Galata é um dos bairros mais típicos de Instambul, que fica localizado no lado europeu da cidade. A sua história remonta ao século XII, mas foi no século XIX que viveu a sua época dourada e onde habitavam todos os estrangeiros que viajavam até esta cidade. As influências francesa e inglesa, por exemplo, ainda estão bem patentes na arquitetura deste bairro.

Galata vive de dia e de noite, fruto do seu comércio, restaurantes e bares, que atraem tantos os visitantes, como os locais. A rua Sahkapisi é conhecida pelas lojas de instrumentos musicais, enquanto não muito longe, na Serdar-Ekrem, encontrará lojas de roupa de estilistas locais e não só. o comércio estende-se também à Istiklal Street, uma rua larga, animada por cafés, artistas de rua e por grandes cadeias de lojas.

Este bairro cheio de vida encontra na torre de Galata o seu coração. Construída em 1348 pelos genoveses para avistar inimigos foi mais tarde usada pelos otomanos, em 1717, para detetar incêndios. Hoje é um local histórico que não pode deixar de visitar e que dá uma panorâmica por toda a cidade. Para quem quer apenas ver as vistas, aconselhamos ir de manhã bem cedo. Se precisa de atualizar o feed das suas redes sociais, tente a sua sorte mais ao fim do dia. Vale o esforço.

Passeio pelo Bósforo

Depois de uma manhã a caminhar reserve a parte da tarde para ver a cidade a partir do mar, a bordo de uma das muitas embarcações disponíveis. As opções são várias e com diferentes preços, mas todas elas têm uma coisa em comum: a mesma vista. Escolher um passeio num iate mais exclusivo ou num barco com mais turistas a bordo é só um detalhe. À espera de serem observadas estão a bela Mesquita de Dolmabahçe, o Palácio Dolmabahçe, a Ponte do Bósforo e o Galataport Istanbul, de que já lhe falaremos.

De volta a Pera, paredes meias com o bairro de Galata, regressamos ao Marmara Pera Istanbul, onde ficámos instalados, um hotel quatro estrelas, a 10 minutos de caminho de bares, restaurantes e zonas comerciais ou apenas bem localizado para dar um passeio descontraído ao fim do dia.

Dia 2 – Península história e Galataport

De manhã cedo, por volta das 9 horas, porque só assim se conseguem evitar filas de espera, rumamos para a Península Histórica, local da antiga Constantinopla, anterior Bizâncio, com paragem rápida no Hippodrome, o local onde se realizavam corridas de cavalos e cujas bancadas, hoje inexistentes, recebiam até 100 mil pessoas. Registada a visita a este marco histórico seguimos para o eterno cartão de visita de Istambul: Hagia Sophia.

Esta mesquita é a prova de que nesta cidade nada é dado por garantido. Edificada como catedral de Constantinopla no ano de 537, serviu esse propósito até 1453. Pelo meio, entre 1204 e 1261, foi convertida numa catedral católica romana, durante o Patriarcado Latino de Constantinopla, após a cidade ter sido assaltada pela Quarta Cruzada. Entre 1453 e 1931, Hagia Sophia, converteu-se em mesquita. E não ficou por aqui.

Esta construção voltou a mudar de mãos novamente, em 1935, quando foi eleita museu. Em 2020, o conselho de Estado turco voltou a considerá-la uma mesquita. Tanto a vista, como a visita a Hagia Sophia impressiona e facilmente se percebe porque influenciou a construção de tantas mesquitas espalhadas pelo Mundo.

De fronte para Hagia Sophia, está a mesquita azul, toda ela branca com as suas cúpulas azuis que lhe dão o nome. Contudo, se queremos conhecer o melhor de Istambul, temos que fazer opções e desta vez ficou apenas registado em fotografia.

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Até agora ainda não falámos no Grande Bazar, não foi? Pois não, mas passámos por lá. Muito giro, muitas lojas, mas 10 minutos chegaram para perceber que as pequenas ruas labirínticas do seu interior não passavam daquilo. Passe por lá, mas só se fizer muita questão. Nesta visita a Instambul não voltámos ao Topkapi Palace, também na península histórica, mas só porque já lá estivemos.

Tal como Lisboa, Istambul é feita de sete colinas, de altos e baixos, o que nem sempre facilita as caminhadas para conhecê-la. Cada um deve fazê-lo ao seu ritmo e tem à sua disposição vários meios de transporte, perfeitamente seguros, desde táxis, barcos-taxi, autocarros e UBER (nem sempre o mais barato).

Dedicamos a tarde ao novíssimo Istanbul Modern

Feito este parêntesis, regressamos ao lado europeu da cidade e dedicamos a tarde ao novíssimo Istanbul Modern, o museu de arte que abriu recentemente as suas portas mesmo no Galataport. Com várias exposições de arte, temporárias ou não, este museu não se fecha naquilo que apresenta no seu interior.

Ao longo das várias galerias, as janelas colocadas em pontos estratégicos apresentam vistas bastante agradáveis para o Bósforo, onde se veem os barcos a cruzar o oceano. Feito maioritariamente de vidro, onde imperam as transparências, o Istanbul Modern decora-se com o que apresenta no seu interior e de “janela aberta” para o local onde se insere.

Mesmo ao lado, o Galataport é a outra das joias da coroa da nova Istambul. O porto de cruzeiros, mesmo no centro da cidade oferece entretenimento, um centro comercial e uma zona de restauração virada para o rio, onde turistas e locais se fundem. A gastronomia varia entra a fast food e a deliciosa comida local.

Passeio alternativo e Balat

Para o último dia em nesta cidade, decidimos um passeio diferente, cultural e afastado do centro. Mais uma vez bem cedo, claro – vale o esforço se não estiver muito cansado. Falamos do Museu Sakip Sabanci, um espaço privado dedicado às belas artes, a 30 minutos do centro. Propriedade da Universidade Sabanci de Istambul foi fundado por Sakip Sabanci, um empresário turco de renome, da região, falecido em 2004. Imaginado em 1998, o espaço abriu na residência de Sakip em 2002.

Sabanci é todo ele dedicado à caligrafia, à arte sacra, à pintura otomana e europeia e às artes decorativas, incluindo a porcelana. Não gosta de museus? Nós gostámos bastante deste e do restaurante MSA, que serve belíssimas refeições com vista para o mar.

Balat, o bairro das casas coloridas

Depois de uma manhã pelo interior do espaço e pelos jardim que o serve, lá voltamos para o rebuliço citadino num dos bairros mais trendy de Istambul: Balat. Esta zona, outrora um bairro judeu, está a atrair não só turistas como também gente mais abastada, que está a comprar e remodelar casas, adquiridas a baixos preços.

E o que tem de tão interessante o bairro? Na verdade, as cores das casas, coloridas. Explicam-nos que começaram por ser assim, quando os muçulmanos obrigaram os judeus então em minoria, a pintar as suas habitações com cores fortes, para que fossem identificados. Mas a moda parece ter pegado e hoje, o bairro, de maioria muçulmana, mantém as cores que o caracteriza.

O futuro bairro chique de Istambul

À parte deste atraente colorido, Balat parece estar a emergir do caos em que viveu durante vários anos e mesmo com vários edifícios em ruínas, respira uma atmosfera feliz. Não faltará muito para se tornar num dos bairros mais chiques da cidade.

Se há locais que deixam saudades, Istambul é um deles. Sai-se sempre com a sensação que ficou tanto por ver. A nova oferta cultural que emerge nos vários bairros leva a isso. Voltaremos certamente e encontraremos novas ofertas.

Percorra a galeria e veja as fotos da cidade

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