Koh Lipe, a ilha que ainda é uma pedra preciosa na Tailândia

Koh Lipe, a ilha que ainda é uma pedra preciosa na Tailândia

Koh Lipe, a ilha que ainda é uma pedra preciosa na Tailândia

03-04-2023

03-04-2023


Antes de chegarmos a esta ilha situada no estreio de Malaca, no mar de Andaman, lemos bastante sobre ela e como em tudo o que envolve destinos, a informação é contraditória, em função da experiência de quem por lá passou. O nosso balanço é positivo  e a nossa passagem por Koh Lipe até nem sequer começou da melhor maneira.

O acesso à ilha pode ser feito de várias maneiras, sempre por mar. Nós, feitas as contas, optámos por voar para Kuala Lumpur, na Malásia, de onde seguimos para a ilha de Langkawi, no mesmo país. Tivemos em linha de conta o preço dos voos que nesta altura assumem valores bastante elevados (€1025 por pessoa, na Turkish Airlines, foi o melhor que conseguimos para voos com apenas uma escala).

A vontade de conhecer aquela ilha também pesou na decisão e por mais cerca de €37 por pessoa na Air Asia fizemos o gosto ao dedo. Mas desta curta passagem contamos tudo num outro artigo.

De Langkawi para a Koh Lipe a travessia é feita por ferryboat – umas vezes mais rápido do que outras – que faz o percurso entre as duas ilhas em pouco mais de uma hora. À chegada, se pensa que vai atracar num porto esqueça isso. Os barcos de maior dimensão não chegam à praia e são os longtail, as embarcações tradicionais tailandesas, que vão buscar os passageiros e os transportam até à ilha. As malas chegam logo a seguir.

Uma vez no areal, espera-se sentado com o pé na areia que os serviços fronteiriços nos chamem para dar entrada na ilha. Antes, um funcionário daqueles que a única causa que ajuda é a sua, recebe de todos os turistas 200 baths (moeda local), cerca de €5, uma taxa que permite acesso à reserva natural.

Quem não tem não tem baths, este mesmo funcionário facilita a troca, com uma taxa de câmbio muito favorável… para ele. A juntar a isto, houve um engano de cerca de 10 euros nas contas, imaginem lá para o lado de quem? Esta má experiência foi uma exceção nos seis dias que aqui passámos.

“O coral já escasseia, mas tem bastante vida marinha e excelente visibilidade”

Koh Lipe, não sendo uma ilha de grandes dimensões, que dá para ver em apenas um ou dois dias, oferece várias atividades e possibilidades para quem a visita. Ainda que bastante movimentada –  não vamos camuflar este aspeto – é possível conjugar praia e sossego e ouvir o som do mar, ainda por cima na melhor praia de todas, a Sunrise Beach, na sua ponta mais a sul. Aqui, usámos os pufs e as espreguiçadeiras o dia todo, bastando para tal consumir algo num dos dois bares que servem de apoio.

Esta praia é igualmente procurada por quem pretende fazer snorkeling nestas águas, onde o coral já escasseia, mas tem bastante vida marinha e excelente visibilidade. Sem atropelos, é possível observar várias espécies de peixes e nadar até uma pequena ilha a cerca de 100 metros, quase sempre com pé. Um ponto de eleição para quem viaja com crianças.

“A partir do final do dia, a vida da ilha transita para o seu interior”

No lado oposto, mais a norte, é onde começa a diversão. Para quem a procura há um sem número de bares de praia que começam a animar ao final da tarde. Mesmo ao lado, na Sunset Beach, locais e turistas juntam-se para assistir ao por-do-sol. Existe ainda Pattaya Beach, a praia onde os barcos chegam à ilha, mas que, apesar da sua beleza não nos chamou muito a atenção, talvez pelo barulho constante dos motores dos longtail.

A partir do final do dia, a vida da ilha transita para o seu interior e quem não fica no hotel que escolheu dirige-se para a Walking Street, que liga a Sunrise Beach com Pattaya Beach. É aqui que se acumulam os bares, os restaurantes, o comércio local e onde não faltam as tradicionais massagens tailandesas, boas e baratas, comparando com os preços praticados em Portugal – depois de caminhar o dia todo sabe mesmo bem uma “tareia” por 250 baths, €7, faz milagres.

Koh Lipe vinha referenciada como uma das ilhas mais caras da Tailândia. Já estivemos em várias ilhas e não podia estar mais errado. Koh Tao, no Golfo da Tailândia, pratica preços bem mais altos, só para dar um exemplo, ou mesmo Krabi.

“Na Sunset Beach, locais e turistas juntam-se para assistir ao por-do-sol”

Aqui, come-se razoavelmente bem por €5 já com um sumo natural de melancia, ananás ou coco incluídos. Isto, se a opção for a cozinha local. Já os restaurantes de comida ocidental dobram ou triplicam este valor. A nossa escolha recaiu quase sempre entre o hotel onde ficámos, o Castaway Eco Resort e o King Crab, procurado por quem gosta de marisco, peixe e comida tradicional, a preços convidativos. Há melhor, pior, mas esta foi a escolha que nos pareceu mais acertada depois de algumas aventuras gastronómicas.

E já agora, excursões, fizeram? Claro que fizemos. É quase obrigatório alugar um longtail e visitar algumas ilhas à volta. Aqui, as opções são duas: Ou se aluga um barco privado por 1800 baths (€50) com refeição, água e fruta incluídos ou vai-se com outros turistas e faz-se a coisa por 600 baths (€16).

Um conselho: se puder, escolha o modo privado e não é por comodismo. Pode parar mais tempo numa praia que esteja a gostar, por exemplo.  Existe ainda a opção taxi boat e por 150 baths (€4), ida e volta, pode fazer praia durante o dia em Koh Adang, uma ilha encostada a Koh Lipe. Não fizemos mas um casal com três filhos disse que valia bastante a pena.

De todas as atividades que Koh Lipe oferece ficou por fazer mergulho, algo a experimentar numa próxima visita, até porque estas águas convidam a isso e os preços são igualmente bastantes convidativos: 1800 baths (€50) por dois mergulhos – dos mais baratos que já encontrámos.

“É quase obrigatório alugar um longtail e visitar algumas ilhas à volta.”

Antes de nos despedirmos da nossa experiência, uma palavra para a hotelaria. Koh Lipe tem uma larga oferta de hotéis na ilha, que pode encontrar e consultar em vários operadores da especialidade. A nossa escolha recaiu, como já dissemos, no Castaway Eco Resort, que nos possibilitou uma experiência diferenciada de tudo o resto que vivemos na ilha, mas em bom.

Haverá melhores e piores experiências em Koh Lipe, mas a nossa foi a que relatámos e por isso só podemos recomendar este destino do sudoeste asiático, que apesar do crescimento que tem sofrido, mantém muita da sua beleza intacta, em terra, mas sobretudo no mar.

Texto: Ana Lúcia Sousa e Luís Correia; Fotos: Luís Correia ([email protected])

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